Fábio Villares analisa o Brasil e os dilemas do governo Lula sintetizando a evolução da dinâmica de desenvolvimento brasileira na segunda metade do século XX desde o período em que chegou a ser uma das mais dinâmicas do mundo até os dilemas do governo Lula. Podemos notar que, após a crise dos anos 1980, o Brasil entrou na era da globalização em uma situação vulnerável e com forte tendência à hiperinflação. Desde de 1994, o Plano Real – engenhoso meio concebido para desindexar a economia brasileira utilizando a âncora cambial e apolítica econômica, conjugou-se progressivamente com a brusca redução da intervenção estatal e com uma severa desregulamentação.
Após um fugaz período de crescimento, as várias crises financeiras internacionais foram vagarosamente dificultando o financiamento dos desequilíbrios do país, conduzindo o Brasil a adotar políticas progressivamente mais duras nos âmbitos fiscal e monetário, com as previsíveis conseqüências sobre o crescimento, renda e emprego. Um crescimento repentino do déficit externo em função dos desajustes cambial e do crescimento da demanda de importados o país viu-se obrigado a fazer vários choques cambiais entre 1999 e 2002. A renda per capita no período 1996-2002 não chegou a crescer 1% ao ano, o consumo e a renda familiar caíram. A única cadeia produtiva de porte que se desenvolveu de forma consistente no período foi o “agribusiness”, com algumas ilhas de crescimento nos setores de insumos básicos relacionados ao mercado externo.
A partir do governo Lula, o autor vê o futuro próximo não indicando a possibilidade de uma situação crítica da economia brasileira nem tampouco sugerindo o retorno a um novo ciclo virtuoso de crescimento, e sim apresentando uma trajetória de “stop and go”. Muito embora o Brasil esta finalmente obtendo saldos expressivos nas transações correntes com o exterior, ele vê sua vulnerabilidade externa e as limitações de poupança e investimento como fortes restrições a uma etapa de crescimento auto-sustentado. Por outro lado, as políticas destinadas a complementar a renda dos estratos mais pobres da sociedade têm efeitos reduzidos em termos de ampliação de demanda efetiva, não obstante seu importante caráter social. O expressivo crescimento da demanda interna e da produção verificados desde o início de 2004, parece não indicar uma mudança nesta tendência, mas apenas uma fase de expansão de ciclo curto propiciada pela conjugação de uma série de circunstâncias positivas.
O Brasil hoje busca a cada dia novos mercados para seus produtos, na Europa o Brasil ainda encontra várias barreiras como:
1. Desordem fiscal:
ü Normalização aduaneira extensa, confusa e de caráter punitivo;
ü Multa por atraso no câmbio de importação (excluída pela MP 315/06);
ü Impossibilidade prática no acesso a créditos tributários;
ü Usurpação de poder legal entre órgãos da administração pública;
ü Penalização dos agentes econômicos em função de deficiências operacionais dos órgãos fiscais;
2. Excesso burocrático:
3. Discriminação quanto à capacidade econômica:
ü IN-SRF-650/06 (antiga IN-SRF-455/04) e ADE-COANA-03/06;
4. Carga tributária excessiva:
ü Aproximadamente 37% do PIB (versus média de 17% em países com ;renda per capita equivalente);
5. Inexistência de propostas para política cambial:
6. Inexistência de política de investimentos ordenados em infra-estrutura:
7. Condenação das operações de trading co.:
ü A Lei 11.281/06 e IN-SRF-634/06.
O Brasil, não somente tenta buscar mercados para nossos produtos como também busca empresas que tenham interesses econômicos em nosso território, a Albras pode ser um pequeno exemplo, o projeto foi patrocinado em sua boa parte com o dinheiro Japonês, ainda hoje o Brasil tem em seu PIB, grande porcentagem de exportação de matérias primas sendo muito forte na região Norte.
O Brasil tem interesses com diversas nações, porem a China, é a economia que mais se destaca hoje no cenário internacional. Entre 1979 e 2003, a economia chinesa manteve uma taxa de crescimento médio anual do PIB de 9,4%, alcançando uma produção total de US$ 1,45 trilhões de dólares em 2003.(...) Para viabilizar seu crescimento econômico a China se transformou numa grande consumidora de produtos minerais, de forma semelhante ao Japão nos anos 60, mas em escala muito maior A CVRD tem um projeto que pretende crescer de acordo com os interesses chineses, ate 2010 a companhia pretende por em pratica seu plano, no valor estimado em aproximadamente US$ 7,5 bilhões.( Fonte: Brasil-China no Século XXI “Perspectivas para uma Parceria de Sucesso”Abril 2004).
Tendo em vista uma parceria com a Baosteel, maior siderúrgica chinesa e maior importadora individual de minério de ferro da CVRD. Entre os investimentos da Baovale, inclui-se um projeto siderúrgico no Maranhão, envolvendo a implantação de uma mega-indústria de aço semi-acabado.
Com isso podemos notar que o Brasil tem importância no mercado internacional, mas como ainda temos dificuldades com a falta de infra-estrutura e as burocracias, isso acaba trazendo problemas ao as negociações de mercado internacional trazendo conseqüências ao PIB, porém, há interesses em nossos recursos, os produtos que oferecemos são de qualidade, e cada dia que passa o Brasil negocia com mais uma nação, a fim de garantir os interesses comercias do Brasil, para gerar mais empregos, desenvolvendo as infra-estruturas, tecnologias. Não obstante o governo espera muitas vezes que o capital externo faça a infra-estrutura necessária, para que isso ocorra o governo oferece isenções fiscais aos grandes investidores.
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